
DIA DAS MÃES
Foi num ponto da linha do tempo você veio a existir, tomar forma e fazer parte do tempo da vida.
Vida?
Será que a vida lhe sorriu o todo tempo, mesmo depois de ser mãe?
Mas estamos aqui para falar da nossa mãe, ou de uma mulher que galga as escadas do tempo e continua subindo verticalmente, somando hoje algumas décadas de vida.
Seus filhos vêm você tecer as rugas que seu rosto, aos poucos, vão fazendo pequenas trilhas.
Trilhas de caminhos percorridos que os lapsos do tempo deixaram.
Pobre tempo.
Pensou que tinha ganho a batalha contra você.
Mas que engano!
Nós filhos, crescemos juntos com estas marcas em seu rosto.
Nós estamos em seu rosto.
Para que crescêssemos foi preciso que sua idade avançasse tempo adentro.
Adentro. Sim, adentro porque você não caminha para fora, mas para dentro do céu.
Você é ótima mãe.
Mas se você é ótima, porque os braços do eterno têm de se estender para você?
Ó braços eternos, encolhei-vos por horas, porque para o tempo dessa vida, ainda queremos que muito sol se ponha, ou não se ponha tão cedo.
Deixa, ó braços eternos, que os filhos e ainda os filhos desses filhos sintam o pulsar de seu coração, o ardor de seu peito, e vejam um pouco mais o caminhar de nossa mãe pelas estradas, não mais pedregosas da vida, mas cheias de pétalas que amaciam suas pegadas, hoje mais lentas, até que adentre às mansões iluminadas e perpétuas, onde a glória reluz e o Pai da Eternidade permanece para sempre.
Obrigado mãe por você existir e ser quem você é!